Rondônia, sítio arqueólogo pedra pintada

 

Introdução 

   Os sítios arqueológicos são lugares onde é possível encontrar evidências de atividades humanas, como pinturas rupestres, construções antigas, túmulos e artefatos, que simbolizam e representam determinado momento histórico da região.

   Mas não é qualquer lugar com vestígios que pode ser registrado como sítio arqueológico; apenas aqueles que apresentam relevância científica para a compreensão da história da humanidade. Sítio Arqueológico Pedra Pintada (RO) - Fica em uma área particular no município de Pacaraima, em Roraima, mas está aberto à visitação. Contém diversos itens da pré-história brasileira, como pinturas rupestres, pedaços de cerâmica, ferramentas e outros artefatos. Abriga, ainda, diversas cavernas funerárias. O sítio da Pedra Pintada, localizado na área indígena São Marcos, em Roraima, é um importante ponto de geoturismo e turismo cultural, com reconhecimento nacional e internacional. A região pertence aos indígenas Macuxi e está situada em uma área de savana, caracterizada por formações rochosas, colinas, serras e áreas sujeitas a inundações. O sítio se encontra próximo a várias formações montanhosas, como as serras Tabaco, Tarame, Machado e outras, compondo uma paisagem geológica diversificada e rica.  

O mito de El Dorado

surgiu na década de 1530 com a história de um chefe ou sacerdote muísca, na Colômbia, que se cobria de pó de ouro e mergulhava em um lago como parte de um ritual. Com o tempo, essa figura lendária passou a representar uma cidade rica em ouro chamada Manoa, supostamente localizada às margens do lago Parime, cercado por montanhas.

Apesar de os indígenas trabalharem o ouro, não existiam cidades douradas nem grandes minas que justificassem as expectativas dos conquistadores espanhóis. Mesmo assim, a busca por El Dorado motivou inúmeras expedições nos séculos XVI e XVII, vindas dos Andes, da Venezuela e da Guiana, em direção à região amazônica, especialmente à Província de Guayana, onde hoje está Roraima.

Acreditava-se que os tesouros estariam guardados pelos indígenas nas margens do lago e em seus túmulos. A serra Pacaraima, na fronteira entre Brasil, Venezuela e Guiana, passou a ser identificada com o local do mítico El Dorado.

As expedições em busca de El Dorado geraram relatos fantasiosos e imprecisos, sem comprovação real da existência da cidade de Manoa ou do lago Parime. Mesmo assim, essas histórias foram amplamente divulgadas por meio de mapas produzidos entre os séculos XVI e XVIII. Um dos primeiros foi feito por Thomas Hariot em 1595, seguido por Henricus Hondius em 1599, que popularizou a denominação “lago Parime” ou “Parime Lacus”.

Esses mapas localizavam o lago na linha do Equador, onde hoje fica o estado de Roraima, e indicavam a presença da cidade de “Manoa” ou “El Dorado” em suas margens. Isso intensificou o interesse pela região e alimentou novas buscas. No entanto, até hoje não há evidências geológicas que comprovem a existência do lago. Curiosamente, o nome “Parime” permanece na região por meio do rio Parimé e da área chamada Parima, na fronteira entre Roraima e a Venezuela, conhecida por intensa atividade de garimpo de ouro nos anos 1990.


A PEDRA PINTADA E O LAGO PARIME

Novos historiadores e entusiastas, como pesquisadores e artistas, têm revisitado os antigos relatos sobre a existência de um grande lago na savana de Roraima, impulsionando novas hipóteses. Uma dessas teorias envolve a Pedra Pintada, um grande monólito de 30 metros de altura localizado às margens do rio Parimé. Além de sua forma imponente e distinta na paisagem, a pedra se destaca pelas numerosas inscrições rupestres, que lhe deram o nome.

O pesquisador Homet (1959) comparou essas inscrições com manifestações de culturas pré-históricas do Mediterrâneo. Uma das hipóteses levantadas é a de que, no passado, a área teria sido coberta por um extenso lago — o lendário Parime ou Manoa — o que explicaria como algumas inscrições foram feitas em partes altas da pedra, hoje a cerca de 10 metros do solo, possivelmente acessadas por indígenas usando canoas.



Como visitar o Sítio Arqueológico da Pedra Pintada em Roraima

O Sítio Arqueológico da Pedra Pintada fica na reserva indígena São Marcos, município de Pacaraima. Ele atrai visitantes por conter vestígios de grupos humanos portadores de uma cultura ancestral, que viveram em períodos remotos. A área possui cerca de 100m² e a pedra mais alta possui cerca de 35 metros de altura. As pinturas rupestres vão desde a base e chegam a alcançar até 10 metros. Uma placa do Iphan no local explica que as pinturas foram feitas com um composto de óxido de ferro (obtido através da trituração de rochas avermelhadas) misturadas com água e gordura animal. No local, também foram encontradas cerâmicas atribuída a tradição Rupuni e ossos humanos.







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